M- Tu que achas que não tens amor para dar e que és uma perda de tempo, o que é que sentes quando, pessoas como eu, te dizem que és exactamente tudo o que precisava neste momento? Não te sentes especial? Não te dá forças para continuar? S- Não... Nada. Neste momento não tenho coração. Estou oca. Vazia. Não sinto isso com a intensidade que deveria sentir, o que faz com que sejam apenas mais algumas palavras escritas. M- Fazes mal em não perceber a veracidade da questão. S- Achas que o problema é não reconhecer a veracidade da questão? O meu problema é, simplesmente, não sentir. M- Sim... Tens razão, é esse o problema. Mas tu precisas de alguém... Alguém que te perceba... Alguém que te ensine outra vez a sentir... S- Existe outro problema... é que não estou preparada para esse alguém. Não agora. (...) M- Nunca vais estar até decidires arriscar. S- ... eu vou dar uma reviravolta à minha vida. Tem é que ser com calma. M- Tu é que sabes o que fazes e o que queres para ti. S- Eu sei que quero sair deste estado lastimável. Sei que me quero recompor. Sei que quero voltar a amar e, sobre tudo, a confiar! Não sei é como o fazer... M- Abre o coração! S- Até o abria, se o tivesse... M- Deixa de ser dramática... O teu coração é lindo, tu é que não o consegues ver neste momento. S- Então quando eu encontrar um coração dentro de mim, eu abro-o.
Tens o meu coração nas mãos. Não faças movimentos bruscos ou repentinos para que os pedaços de amor que o unem continuarem a fazer o seu trabalho, juntando, assim, os pedaços de um órgão outrora despedaçado. Não o magoes mais. Ele não merece passar por mais sofrimento por tua causa, por isso, não cerres os punhos, encurralando-o entre os teus dedos duros e frios. O meu coração dedicou o seu tempo a ti. Não só o tempo disponível mas, também, o tempo ocupado com outros afazeres. Sinceramente, ele batia por ti! Apenas se dava ao trabalho de fazer o sangue percorrer as minhas veias de uma extremidade a outra, para que os meus olhos, o espelho da vida, continuassem vivos e, assim, puderem apreciar e admirar a mais bela criatura alguma vez criada. Agora, para te conseguir ver, preciso de fechar os olhos. A tua figura não se encontra mais à distância de um toque, por isso, recorro à imaginação para, assim, continuares a acompanhar os meus passos. Relembro o teu cheiro e só isso me faz estremecer. Eras tudo! Mas, de um momento para o outro, viras-te pó... puff. Desapareceste. Talvez até tenhas fugido, como amante clandestino que és. Tenho, realmente, de virar a página. Para isso, peço-te que me tragas o coração de volta. Imploro-te que o coloques no seu lugar. O lugar de onde nunca deveria ter saído.
obrigada por tudo M.

1 comentário:

obrigada pela opinião (: